mercoledì 23 agosto 2006

STORIA D'ARTE IV

Uma chuva fria, de sabor acre decidira invadir a cidade. Estava a anoitecer e ao fim do quinto dia em Nova Iorque nao podia dizer que a minha pesquisa evoluira por ai alem. Alguns documentos interessantes, meia duzia de pistas viaveis, contudo, nada de absolutamente inequivoco.

Suspirei exasperada. Fiz o cartao magnetico passar pela ranhura, vi o sinal verde acender-se e a porta do quarto abrir-se. Mesmo antes de acender a luz conheci-lhe o vulto, sentado no enorme cadeirao junto a’ janela.

- Como e’que entraste? – fechei a porta e instintivamente protegi a pasta com o corpo.

- Sou um homem de muitos recursos, ja devias saber! – respondeu-me sem se virar. – Como vai o trabalho? – levantou-se finalmente e colocou-se diante de mim. – Ja percebeste que ir atras do lunatico do teu pai nao e’ a melhor soluçao? – respirou fundo e uma sombra de cansaço trespassou-lhe o rosto. Eu conhecia aquela expressao. E amava-a desde o primeiro dia.

- Quando e’ que vais parar de me perseguir? – pousei a pasta atras de uma das comodas, esperando que ele nao percebesse o gesto de defesa e atirei o casaco para cima da cama, caminhando na direcçao oposta a ele.

- Quando parares de fugir!

Sabia qual seria o seu proximo passo. Sabia-o de cor e mesmo assim nao fui capaz de me mexer. Fechei os olhos e senti o beijo mesmo antes de me tocar. Eram os velhos habitos, os sentidos que se reconheciam, os silencios que falavam. Era o vicio de lhe tocar noite apos noite, de lhe reconhecer a pele e o talento compassado do corpo. Era a historia e a arte, o desejo e a tortura, o tecido da roupa que se soltava avidamente em maos ansiosas. Eram os momentos em que nao sabia se tocava o Professor ou o homem.

3 commenti:

as velas ardem ate ao fim ha detto...

Sebes acho que metade dos nossos erros na vida nascem do facto de sentirmos quando devíamos pensar e pensarmos quando devíamos sentir.

Mas tb já não sei nada apenas que as minhas lágrimas são o sangue da minha alma.

bjos

Anonimo ha detto...

deves ir a caminho! boa sorte!

... ha detto...

Confesso que ainda não consegui distinguir a ficção da realidade.