giovedì 15 febbraio 2007

UN SENSO DI TETE...


Foi como aterrar num chão que me pertencia.
E tu, com o olhar preso á carrinha sem travões que parava lentamente á tua frente, enquanto um sorriso se te abria no rosto envelhecido por lutas inglórias.
Os mesmos miúdos crescidos no pó vermelho, as mesmas mães de crianças novas e as que notei pela ausência, vencidas aos trinta anos por uma força superior. O mal de tantos que conheci naquela altura, guiada pela tua mão de pele áspera e pela sombra do teu olhar inconformado... eu desisti, tu nunca.
Não podia voltar a Moçambique. E repeti mil vezes a frase á força de me entrar no juizo.
Mas como podia não voltar? Para eles e para ti que persegues com a fé de um leão todas as causas de que o mundo já desistiu. E estás cansado... eu sei que estás. Vejo-o nos teus ombros curvados que eram perfeitos quando te vi pela última vez...
- E agora, vais ficar? – quiseste saber. – Quando te voltarem negar uma saca de farinha para dar aos miúdos? Quando os vires morrer de malária? Vais ficar?
Fiquei sozinha junto á carrinha, enquanto os mais pequenos voltavam ás brincadeiras com pneus usados.
Sem resposta... só a tua pergunta...


5 commenti:

Anonimo ha detto...

a trabalheira q eu tive pra perceber que Tete é uma provincia!!! :-)
É assim, quando levamos uma "desanda" em tribunal...

P.S: a música é excelente! É a do filme da Belluci, n é?

Nilson Barcelli ha detto...

Este teu texto deixa-me meio desconcertado. Já te leio há tanto tempo e ainda não consigo ligar as peças do teu puzzle...
As imagens africanas estão muito bem desenhadas. Se calhar a advocacia não é a tua paixão... talvez a escrita...
Bom fim-de-semana.
Beijos.

LurdesMartins ha detto...

Fiquei com um nó na barriga...

Beijinhos

Anonimo ha detto...

Não resisti ao comentário do Nilson, desculpa :). Puzzle?...

E que tal labirinto? ;)

Bjo

Mónica Lice ha detto...

Voaste para África? Na tua imaginação ou na realidade?:)