O aviao percorria a pista lentamente aproximando-se da zona de desembarque. Inclinei-me para espreitar pela janela e aproveitei para esticar os musculos entorpecidos por quase oito horas de viagem. A maravilhosa sensaçao de assentar finalmente os pes em terra invadiu-me deliciosamente, assim como a lembrança do teu rosto.
Esperei dez minutos pela minha vez, aturei as perguntas habituais do agente de fronteira e desapareci dali em tres segundos assim que ele agrafou ao passaporte o visto de permanencia. Depois de alcançar a minha mala que girava sozinha na passadeira, absorvi-me em pensamentos e deixei que o corpo fizesse sozinho o percurso ate a rua. Um frio gelado atingiu-me de surpresa e tenho a sensaçao que por momentos me faltou o ar.
Entreguei a mala enorme ao taxista, agradeci-lhe com um sorriso e indiquei-lhe uma morada. Ele entrou no carro e nao se calou durante quase uma hora de viagem. Eu deixei que os pensamentos voassem pela janela fechada do automovel, observei os suburbios, reparei nos carros, pensei no que estarias a fazer e por fim, ao longe, vi-a, magnifica como da ultima vez. Gigante e imponente, vestida de cinzento e branco, tao minha e tua... ele atravessou a Queensboro Bridge e finalmente ligou o radio, desistindo do monologo prolongado.
Quando entrei em casa, o silencio aconchegou-me. Percorri todos os cantos, vi o correio e deitei fora os restos do teu jantar mexicano.
Dormia um sono leve e intranquilo quando ouvi os teus passos no soalho. Nao precisei de me mexer, senti-te aproximar. E nao disseste nada. Sentaste-te ao meu lado no sofa e quando me atravessaste a alma como o olhar, soubeste... assim como eu soubera uns dias antes.
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1 commento:
É (só)mais um daqueles textos geniais ,que só tu sabes escrever e que me levam mergulhar nas palavras e que faz com me apeteça ler sempre mais uma vez...
bjs.
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