- Tens a certeza? – perguntou ela pela ultima vez, antes de o deixar entrar em casa. A ele e a mala que transportava e onde guardava apenas o essencial que trazia da vida que vivera ate ali.
- Nunca tive uma certeza tao grande na minha vida, Ellen! – Abraçou-a e depois de fechar a porta atras de si, pegou-lhe e num beijo profundo deitou-a na cama onde tantas vezes fizera amor com ela, com pressa, com urgencia, com um sentimento de culpa a crescer-lhe no peito.
O relogio marcava sete e meia da manha.
Respirou fundo e sentiu o cheiro dele na sua almofada. Era impossivel que fosse apenas daquela noite. Seria de tantas outras, ao longo de tres anos. Era-lhe dificil acreditar que aquela historia aparentemente inocua se tornara uma paixao insuportavel, quase destrutiva. Ellen soube exactamente o momento em que o desejara pela primeira vez.
Na rua a agitaçao era a de sempre. Colocou uma moeda na maquina e retirou o New York Times, um velho habito que adquirira com o seu pai.
Ellen fundia-se completamente na multidao que atravessava passadeiras, entrava em taxis e descia as escadas do metro da estaçao de Spring Street. No metro, o calor humido e insuportavel de sempre, o barulho ensurdecedor, as ratazanas que se passeavam na linha.
Manteve a concentraçao no New York Times.
Quando o comboio parou em Fulton Street, Ellen desceu e em poucos minutos atravessava a rua em direcçao ao escritorio. Subiu, deixou a pasta e o jornal, enviou uma mensagem e saiu de novo, nao antes de olhar pela maravilhosa janela disponivel a sua frente, conferindo uma magnifica normalidade. Mais tarde, nesse mesmo dia, Ellen perceberia o quao magnifica podia efectivamente ser a normalidade.
A poucos quarteiroes dali, o telemovel de Scott acusou a recepçao de uma mensagem, “Tarte de maça, cappuccino e um beijo. Desce, estou a tua espera na entrada. Amo-te”.
Eram oito e meia da manha.
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2 commenti:
Amo-te, espero por ti onde quiseres! :-)
Peter
Marcou esse setembro!
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