mercoledì 12 ottobre 2005

QUERO VER-TE... MAIS UMA VEZ

Nem sei o que estou aqui a fazer. Paro o carro, desligo o motor e deixo-me ficar, quieta, imovel, cheia de duvidas.
Nao vejo ninguem, abro a porta e olho em volta.
“Ha coisas que nunca mudam!” ouço a voz dele e vejo-o aparecer por tras do meu carro. Nao tenho tempo para me assustar. O coraçao inicia um batimento irregular, desordenado, como sempre me acontecia quando o ouvia.
Continuo sem dizer nada enquanto ele se aproxima. Para alem do batimento cardiaco, sinto as maos frias e a respiraçao entrecortada.
Esta a menos de um metro, estende a mao para me tocar e eu desvio o rosto.
“O que e que queres?” atiro.
“O mesmo que tu!”
Agora esta tao perto que lhe sinto a respiraçao descompassada. Sinto-o tremer como antes e nem me apercebo que tem as maos na minha cintura, so o sinto quando me puxa contra si. Nao demorou nada, foi como um relampago, o beijo, o mesmo sabor, o mesmo doce que lhe mora nos labios, a mesma lingua que reconheço de olhos fechados.
“Tenho os joelhos a tremer” digo-lhe quando se afasta lentamente, ao mesmo tempo que me encosto ao carro.
Ele sorri.
“Ninguem me toca como tu” diz-me baixinho, ao mesmo tempo que repete o beijo e volta tudo ao primeiro dia. O desejo, a urgencia, a corpo que reconhece cada cheiro, cada sabor.
“Nao!” empurro-o. “Desaparece da minha vida!” Abro a porta do carro, mas nao tenho sequer tempo para entrar. Com uma mao apenas agarra-me o braço, fecha a porta e com a força do proprio corpo encosta-me ao carro. E mostra-me que se lembra de tudo, que so ele sabe tudo sobre mim, o que quero, o que gosto e o que sou... e eu nao tenho duvidas, ele e o inferno a que nunca saberei dizer nao!


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