Pelas ruas desta cidade que me conhece de criança... pelas vielas, pelas travessas, pelas calçadinhas dos bairros velhos... tropeço no empedrado polido pelos passos dos seculos, pelos teus e pelos meus sapatos de miudos, que crescemos tao depressa sem saber por que caminhos... aperto o casaco e ajeito o cachecol, os saltos prendem-se nos buracos e agora que ja sou grande desejava poder ser pequena e correr rua abaixo contigo, como faziamos nas tardes de verao... agora que ja sou grande venho as ruas de Alfama procurar as tuas sombras e as minhas memorias... sao as ruas desta cidade que amamos desde pequenos... desço as escadas e passo pela tua porta, que ha muito deixou de ser a tua porta e ja nao sei quem la mora mas reconheço o cheiro das tartes que a tua mae preparava... a tua mae que partiu sem avisar e te deixou no peito um vazio irreparavel e no meu uma magoa imensa pela mudança dos teus olhos... e esse dia foi o primeiro... sentaste-te num degrau e disseste-me baixinho “agora es a minha unica mulher!”.
E tu... seras sempre o meu homem da cidade... que manhã cedo acorda e canta, e por amar a liberdade, com a cidade se levanta...
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1 commento:
Sofreras tambem tu do sindroma dos viajantes? Quanto mais cidades conhecem, mais amam Lisboa? :-) Vou presumir que este teu texto para alem de retratar o passado, reflete finalmente a tua decisao...a cidade mora no teu peito, por mais voltas que des! ;-)
Beijokas citadinas
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