martedì 31 gennaio 2006

PERCHE' NON TORNA PIU'...

Pelas ruas desta cidade que me conhece de criança... pelas vielas, pelas travessas, pelas calçadinhas dos bairros velhos... tropeço no empedrado polido pelos passos dos seculos, pelos teus e pelos meus sapatos de miudos, que crescemos tao depressa sem saber por que caminhos... aperto o casaco e ajeito o cachecol, os saltos prendem-se nos buracos e agora que ja sou grande desejava poder ser pequena e correr rua abaixo contigo, como faziamos nas tardes de verao... agora que ja sou grande venho as ruas de Alfama procurar as tuas sombras e as minhas memorias... sao as ruas desta cidade que amamos desde pequenos... desço as escadas e passo pela tua porta, que ha muito deixou de ser a tua porta e ja nao sei quem la mora mas reconheço o cheiro das tartes que a tua mae preparava... a tua mae que partiu sem avisar e te deixou no peito um vazio irreparavel e no meu uma magoa imensa pela mudança dos teus olhos... e esse dia foi o primeiro... sentaste-te num degrau e disseste-me baixinho “agora es a minha unica mulher!”.
E tu... seras sempre o meu homem da cidade... que manhã cedo acorda e canta, e por amar a liberdade, com a cidade se levanta...

1 commento:

Anonimo ha detto...

Sofreras tambem tu do sindroma dos viajantes? Quanto mais cidades conhecem, mais amam Lisboa? :-) Vou presumir que este teu texto para alem de retratar o passado, reflete finalmente a tua decisao...a cidade mora no teu peito, por mais voltas que des! ;-)

Beijokas citadinas